quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Reflexão- Parte II

De tão intensa se torna
Rápida ao piscar de um olhar
Rir, chorar, odiar e amar
Na cantiga de uma só nota.

Não posso e nem devo
Sacrificar o meu desejo
Vida! somente viver
Em busca deste meu ser.

O porque lamuriar?
De tão pouco me resta
O pesar do tempo martela.

Os deuses clamam sorrindo
Que minha solidão lhe acompanhe
Porém...a brevidade é meu norte.

Se soubéssemos...


Por tantas vezes me questiono, o porquê de tanta iniquidade de nossa parte, o porquê que mesmo ciente de nossa brevidade terrena ainda insistimos na ignorância, ainda perpetuamos a nossa maldade com o próximo. Talvez se soubéssemos a data e a hora de nossa morte, muitas coisas haveriam de ser diferentes...

Se soubéssemos a data e á hora de nossa morte certamente a vida seria melhor, não haveria homicídios, pois de que adiantaria ceifar a vida alheia no dia errado? Não perderíamos o nosso tempo com futilidades, trabalharíamos menos e viveríamos mais.
Se soubéssemos a data e á hora de nossa morte até nossa partida seria confortável, não haveria prantos nos funerais e nem a dor da ausência, pois, logo haveríamos de saber que a nossa hora estava por vir e não podíamos perder tempo com lágrimas a rolar.
Se soubéssemos a data e á hora de nossa morte não teríamos medo de viver, das emoções e das tentativas. A dor de um amor logo seria esquecida, mas, no entanto entregaríamos mais as paixões, uma total entrega, amar e amar.
Se soubéssemos a data e á hora de nossa morte, todo homem neste terra haveria de ser livre, nenhum aceitaria ser subjugado pelo outro, não haveria escravidão material e muito menos a sentimental, todos em busca da felicidade.
Se soubéssemos a data e a hora de nossa morte, o pecado mortal seria o de ´´perder tempo``, e o único crime assim estaria descrito: ´´não buscar a tua felicidade``; Pena: 1 ano de reclusão.
Se soubéssemos a data e á hora de nossa morte não haveria ricos e nem pobres, posto que se existem ricos é porque existe a ganância, orgulho e vaidade, e, sendo assim teríamos ciência da brevidade de nossas vidas que não perderíamos tempo com estes infortúnios.
Se soubéssemos a data e á hora de nossa morte, olharíamos para o próximo, lutaríamos para fazer a diferença, não haveria dias nublados, mas sim ensolarados, o rancor e o ódio seria peças coadjuvantes e o perdão, este sim seria a estrela de nossos filmes da vida.
Se soubéssemos a data e á hora de nossa morte, cuidaríamos mais de nossos jardins, das flores e dos campos, pois estes sim seriam a única herança que poderíamos deixar para nossos posteriores.
Se soubéssemos a data e á hora de nossa morte qual seria o motivo da discórdia? Será que nos preocuparíamos com o que vestir ou com o que sair? Será que reparíariamos tanto nos defeitos alheios? Será que roubaríamos o próximo? Será que seríamos tão inválidos?
Se soubéssemos a data e á hora de nossa morte cuidaríamos de nossos avós, iríamos valorizar á amizade, cuidaríamos mais de nossas companhias noturnas e diurnas da vida em casal, certamente não nos enganaríamos com falsas idéias...
Iríamos contemplar as nossas vidas com verdadeiros sentimentos, iríamos enfim buscar a plenitude que somente os puros de coração vivenciam...



Se soubéssemos a data e a hora de nossa morte!

Reflexão- Parte I

Hoje na manhã tardia
No espelho refletia
A face de um viajante
Solitário e errante.

Odisseu dos pensamentos
Navegante no mar das emoções
Sempre a buscar sentimentos
A findar no porto das frustrações.

Ò de mim, tal acalento
Porção ínfima dos deuses
Restrito ao cálice do tempo

Este porto não é a mim
A brevidade material já se foi
E com ela o tempo perdido.