segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

É NATAL, PRECISAMOS REFLETIR.


POEMA DE NATAL.

Para isso fomos feitos:

Para lembrar e ser lembrados

Para chorar e fazer chorar

Para enterrar os nossos mortos —

Por isso temos braços longos para os adeuses

Mãos para colher o que foi dado

Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida:

Uma tarde sempre a esquecer

Uma estrela a se apagar na treva

Um caminho entre dois túmulos —

Por isso precisamos velar

Falar baixo, pisar leve, ver

A noite dormir em silêncio.

Não há muito o que dizer:

Uma canção sobre um berço

Um verso, talvez de amor

Uma prece por quem se vai —

Mas que essa hora não esqueça

E por ela os nossos corações

Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:

Para a esperança no milagre

Para a participação da poesia

Para ver a face da morte —

De repente nunca mais esperaremos...

Hoje a noite é jovem; da morte, apenas

Nascemos, imensamente.









Vinicíus de Moraes

Aborto, uma questão de Ètica?


Ética é um comando externo que produz efeitos nas decisões pessoais de cada sujeito, disciplinando o comportamento do individuo dentro do coletivo.
Portanto é fiel a uma sociedade que busque o bem comum a harmonia entre os cidadãos estabelecer valores éticos para disciplinar a conduta social, valores que devem ser baseados no ideal de justiça, liberdade e na defesa do Direito natural do ser humano, que é a de viver e ter a plena oportunidade de irradiar as suas manifestações.
Ter o Direito a vida é o valor supremo da liberdade, e, diga-se de passagem todo ordenamento jurídico que se baseie em princípios democráticos deve garantir este Direito, e o Brasil em consonância tipifica o aborto como sendo crime conforme o Art.128 do código penal.
É fato, temos o direito de lutarmos pela vida e nenhum homem tem a incumbência pessoal de decidir o destino de uma vida, e qualquer que atente contra esta premissa há de ser sancionado pelo espiríto coletivo de justiça, pertinente a todos os homens que abandonam o seu estado natural em face do pacto social.
Importante salientar tais premissas filosóficas para abordar um tema de extrema importância e que nos últimos meses tem sido motivo de discussões calorosas entre grupos feministas, setores da saúde pública, igreja e entre outras entidades de representação social á respeito da legalização do Aborto no Brasil.
Alegações pró-aborto sustentam a tese de que no Brasil o ´´aborto ilegal`` tornou-se caso de saúde pública, onde devido aos elevados índices de abortos realizados ilegalmente, (1 milhão anualmente) em condições insalubres e com profissionais incompetentes para exercer tal oficio tem contribuído em ceifar milhares de vida, além de prejudicar a saúde física e psíquica dessas mulheres que recorrem a clínicas clandestinas de Aborto.
Outro fator justificador da legalização do Aborto é a independência da mulher com relação ao uso do seu corpo, a sua autodeterminação feminista imperativa que não sujeita-se a condição natural do sexo feminino, de ser Mãe.
São duas proposições que se baseiam eficazmente, a primeira por se tratar da coletividade e a outra de se correlacionar com os direitos individuais e de liberdade. No entanto apesar de possuírem um elevado grau de sustentabilidade e veracidade não retrata a realidade que cerca o direito de decisão sobre uma vida; mais pelos quais motivos?
Liberdade é sinonimo de responsabilidade, vivemos em um estado que preserva a liberdade do cidadão e para isso ele deve possuir mecanismos de responsabilização por atos cometidos pelos sujeitos, e a legalização não parece ser o caminho óbvio para a resolução desta questão; afinal quantos usuários de tóxicos não existem neste país? também não é uma questão de saúde pública? poderíamos legalizar o uso da maconha, cocaína, heroína entre outras variações de tóxicos.
O cidadão tem que ser responsabilizado pelos seus atos e se porventura ele não ter a condição de responder deve a coletividade responder por isso, oras, afinal quando um dependente químico compra uma droga toda a sociedade não se responsabiliza? basta ver os crimes relacionados ao tráfico de entorpecente.
Legalizar o aborto alegando questão de saúde pública é tapar o sol com peneira, é não encarar o problema de frente, é fugir das obrigações que o estado tem para com seus cidadãos.
No que diz respeito á autodeterminação da mulher é válido, respeitando os limites, pois ter o direito de seu corpo é também um direito inato porém a situação de gravidez a realidade de transforma, pois nesta realidade estaremos tratando de dois sujeitos de direito, que por força natural se estabeleceu.
São dois agentes que precisam ser definidos e neste definição a mulher perde a sua autonomia em face da imperatividade que o Feto exercerá sobre o corpo feminino. Tal evidência se comprova, pois logo á partir do processo de nidação, dá-se inicio a subordinação do organismo feminino em relação ao embrião ,pois verifica-se alterações significativas no ciclo hormonal; o aumento dos níveis de progesterona irão alertar ao sistema a presença de um sujeito ativo que irá ditar as regras durante nove meses.
O Feto é o sujeito ativo, é ele que coloca em função de seu crescimento todo o metabolismo feminino; o líquido Amniótico que protege o embrião contra choques e a desidratação ; o Alantóide responsável pela troca de gases entre o embrião e mãe e a placenta que endossa a supremacia do embrião, afinal sem ela o corpo feminino expulsaria o Feto.
Portanto defini-se o papel dessa relação, (gestante-feto) e a biologia afirma que todas as estruturas mencionadas garantem o perfil ativo e de direito do embrião, sujeitando a mulher a uma posição passiva e dependente da atividade embrionária.
Gravidez indesejada o próprio nome ja diz, não é bem vinda, mas chorar o leite derramado não é a via racional para enfrentar o problema, por isso é obrigação do Estado promover a conscientização dos métodos anticoncepcionais, reduzir o custo deste através da isenção de impostos, pois o custo final será positivo as finanças públicas; o investimento em campanhas educacionais para o público de todas as faixas etárias além de consolidar o Estado Laico, afinal medidas como estas não poderá sofrer interferência eclesiástica.
É papel do Estado Democrático de Direito consolidar medidas de planejamento familiar bem como promover este debate em questão, mas acima de tudo deve-se garantir a liberdade calcada na responsabilidade de cada sujeito, e que nós defendamos este ideal e sejamos responsáveis diretamente por nossos atos,afinal ser ético é o homem ser responsável não somente por seus atos mais para com o próximo também.



SOU CONTRA O ABORTO.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A Revolução Continua


Os acontecimentos ocorridos nos últimos anos na Venezuela que tanto tem contribuído para revivificar a Esperança Socialista pós queda do muro de Berlim e da hegemonia Neoliberal, a Revolução Bolivariana proposta por Hugo Chavez sofre neste ultimo domingo a sua primeira ´´derrota`` em nove anos de governo pró socialista.
Com um elevado índice de abstenções, cerca de 40% de acordo com Conselho Nacional de Eleições (CNE), a Venezuela demonstra certa insegurança quanto aos rumos que a Revolução Bolivariana pode tomar. Válido lembrar que esta insegurança não significa um apoio maciço às correntes opositoras de Hugo Chavez, portanto é importante destacar certos pontos da Reforma Constitucional que apresentam características totalitárias descontentando setores da própria base que almeja a tão sonhada revolução.
O fator gerador dessa insegurança não reside no fato de reeleições por tempo indeterminado de Hugo Chavez, mas sim em alguns tópicos propostos que configura uma postura de organização política verticalizada, o que poderia resultar em uma burocracia estatal que iria fadar o projeto da Revolução Bolivariana ao fracasso.
A possibilidade de destituir de seus cargos governantes de cidades e províncias, juizes dos Tribunais de Justiça com maioria simples na Assembléia Nacional, além de atribuir poder de policia as forças armadas e a criação de uma quinta força assusta não somente a oligarquia venezuelana, mais também partidários do modelo da Revolução em decurso.
Anexo a uma propaganda eficaz em todos os termos a favor do Não á reforma constitucional, a derrota quase que imprevisível se consolidou, esperava-se um maior apoio da sociedade venezuelana, fato este que não se concretizou oxigenando assim as forças oligárquicas da Venezuela, que agora após sucessivas derrotas eleitorais sonha com o esfriamento do processo revolucionário venezuelano; porém aos prós chavistas significa um período de reflexão de como conduzir firmemente este processo revolucionário e dar continuidade a este grande modelo de desenvolvimento social e democrático na Venezuela.
Perde-se não a guerra apenas uma batalha, cuja esta servirá de exemplo para que não ocorram outras futuramente, além de demonstrar se o coletivo esta preparado ou não para uma Revolução no sentido literal da palavra. Portanto diante esta realidade o papel dos Revolucionários Orgânicos faz necessário para dar continuidade a todo este processo, ou seja, por via legislativa ordinária erigir importantes tópicos destacados no projeto de reforma constitucional como a preponderância dos interesses comuns sobre os particulares, o uso racional da propriedade rural como forma de combate ao latifúndio, a defesa das riquezas nacionais , ampliação da lei dos hidrocarbonetos, ampliação da democracia com a criação de núcleos comunitários sistematizando os órgão de poder popular capazes de terem autonomia na gestão do recurso publico.
São bandeiras levantadas que não geram insegurança, pelo contrario dão sustentabilidade a este grande projeto socialista, espera-se que as frentes revolucionarias reflitam a respeito deste episódio e não percam tudo o que foi conquistado nestes últimos nove anos, Simon Bolívar deixa uma clara mensagem: ´´El arte de vencer se apriende em las derrotas``, a Revolução Continua.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Nem sempre o que parece ser, È.


Muitas pessoas vinculam a imagem do Boteco a Farra, a bebedeira e a esbórnia, eles estão certos...porém vale lembrar que nem só dessas classificações o Boteco pode ser objeto de menção.
Dentre as opiniões adversas, hei de concordar com um grande amigo Professor e Mestre que conheci, não em uma sala de AULA mas sim em um Boteco, e aqui vai uma importante reflexão a respeito....!

MESA DE BAR

Lembro-me de meu tempo de Acadêmico
Aula, aula e aula.Depois o Bar.
Colegas diversos de. De diversos cursos.
Colegas cultos, cultura geral...
O ambiente agradável.
Aprendi muito, muito mesmo.
Conhecimentos que jamais imaginava,
Em um banco, em uma cadeira, de um Bar.
Desopilação total,
Conhecimento pelo prazer de conhecer.
O sentimento de estar a vontade.
Tensão...nenhuma.
Nada de medos, nada de reprimendas.
Em uma mesa de bar se viajava o mundo,
Resolvia-se os problemas do Brasil,
Em um banco, em uma mesa de Bar.
Do futebol a Literatura aprendia-se.
Aprendia-se sem dificuldades.
Em uma mesa de Bar nos sentíamos a vontade
Deixamos a mente vagar, fugíamos do comum.
Uma mesa de Bar:
Assim pretendo minha sala de aula.
Deixar alunos a vontade.
Exteriorizar suas idéias mais íntimas.
Deixar fluir o gosto pela não imposição de ideais;
De normas castradoras, do temor.
Exigir conhecimento sim, impor terror nunca.
A sala de aula deve ser locar de prazer;
Não de receios.
Em uma mesa de bar se aprende muito mais;
Do que em uma tradicional Sala de Aula.

Autor: Amigo e Professor José Humberto.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Barroco I


Acompanhando o tema nada mais digno homenagear um ilustre cidadão Satiríco que viveu há muito tempo em um lugar muito longe daqui, porém que retratou de forma significativa a sociedade em que vivia e os sentimentos que permeavam o imaginário deste ilustre Poeta: Gregório de Mattos e Guerra, o Boca do Inferno.
Esta é para quem vive com um pé no Céu e seus anjinhos, porém que nunca dispensa uma farra na esbórnia e depois fica contrito, com um peso na consciência, buscando de alguma forma uma redenção, purificação para os ´´pecados´´ carnais...!!
Gregório da uma Dica:

A Jesus Cristo Nosso Senhor

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa piedade me despido,
Porque quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto um pecado,
A abrandar-nos sobeja um só gemido,
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida, e já cobrada
Glória tal, e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na Sacra História:
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada
Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.



Portanto, Bateu crise na Consciência relaxa...e lembre-se:


´´Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.´´

Amém.

Meu Querido Boteco, Minha simples Dedicação.


A primeira postagem se resume na singela homenagem ao boteco, que para quem desfruta dessa maravilha irá certamente se identificar com a mensagem e louvará este templo da reflexão que tanto nos alegras nos fins de semana...dia de semana, quando der!!
Sejam bem vindos ao Boteco!!

Agradeço a Ti boteco;
Primeiramente pelo FIADO...!
Pela cerveja Barata e Gelada,
Pelos petiscos deliciosos e gordurosos
Que tanto faz bem ao meu coração.
Agradeço a Ti boteco;
Pelas horas de consolo, que tanto me amparastes
Pelos momentos de felicidades e celebrações
De uma grande amizade, ou de um grande infortúnio.
Agradeço a Ti Boteco;
Pelas horas de discussões calorosas:
Peitos, Bundas e Coxas.
Bush, Saddam, Lula e Política,
Sociedade, Família, Capitalismo e Comunismo,
Alguma saída...
Deus, Capeta e Homem, mas no final...
Tudo termina nela:
A menina moça linda, que tanto me ilumina,
E me desgraça.
Agradeço a Ti Boteco;
Quando impaciente com o mundo, macambúzio,
Estás lá, de braços abertos a me receber tão calorosamente.
Quando é o fiel depositário das esperanças de um homem comum...
Que deseja somente ter a atenção da Amada.
E enquanto não a temos,
Ficamos com Elas, tão somente Elas...
Que as madrugadas o digam.
Agradeço a Ti Boteco;
Pelo consolo aos Cornos de plantão,
A mulher Messalina,
Fiel a seus desejos.
Somente a eles...!!
Por tantas vezes ter perdido o juízo,
Em face da tentação carnal;
E Rapina, fugi pelas esquinas,
Pois o enganado é irado...
Agradeço pelo Livrado.
E de novo agradeço...e faço um pedido.
Nunca se esqueça do Fiado...
Da Cerveja Barata,
E estupidamente Gelada.

Amém.