segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A Revolução Continua


Os acontecimentos ocorridos nos últimos anos na Venezuela que tanto tem contribuído para revivificar a Esperança Socialista pós queda do muro de Berlim e da hegemonia Neoliberal, a Revolução Bolivariana proposta por Hugo Chavez sofre neste ultimo domingo a sua primeira ´´derrota`` em nove anos de governo pró socialista.
Com um elevado índice de abstenções, cerca de 40% de acordo com Conselho Nacional de Eleições (CNE), a Venezuela demonstra certa insegurança quanto aos rumos que a Revolução Bolivariana pode tomar. Válido lembrar que esta insegurança não significa um apoio maciço às correntes opositoras de Hugo Chavez, portanto é importante destacar certos pontos da Reforma Constitucional que apresentam características totalitárias descontentando setores da própria base que almeja a tão sonhada revolução.
O fator gerador dessa insegurança não reside no fato de reeleições por tempo indeterminado de Hugo Chavez, mas sim em alguns tópicos propostos que configura uma postura de organização política verticalizada, o que poderia resultar em uma burocracia estatal que iria fadar o projeto da Revolução Bolivariana ao fracasso.
A possibilidade de destituir de seus cargos governantes de cidades e províncias, juizes dos Tribunais de Justiça com maioria simples na Assembléia Nacional, além de atribuir poder de policia as forças armadas e a criação de uma quinta força assusta não somente a oligarquia venezuelana, mais também partidários do modelo da Revolução em decurso.
Anexo a uma propaganda eficaz em todos os termos a favor do Não á reforma constitucional, a derrota quase que imprevisível se consolidou, esperava-se um maior apoio da sociedade venezuelana, fato este que não se concretizou oxigenando assim as forças oligárquicas da Venezuela, que agora após sucessivas derrotas eleitorais sonha com o esfriamento do processo revolucionário venezuelano; porém aos prós chavistas significa um período de reflexão de como conduzir firmemente este processo revolucionário e dar continuidade a este grande modelo de desenvolvimento social e democrático na Venezuela.
Perde-se não a guerra apenas uma batalha, cuja esta servirá de exemplo para que não ocorram outras futuramente, além de demonstrar se o coletivo esta preparado ou não para uma Revolução no sentido literal da palavra. Portanto diante esta realidade o papel dos Revolucionários Orgânicos faz necessário para dar continuidade a todo este processo, ou seja, por via legislativa ordinária erigir importantes tópicos destacados no projeto de reforma constitucional como a preponderância dos interesses comuns sobre os particulares, o uso racional da propriedade rural como forma de combate ao latifúndio, a defesa das riquezas nacionais , ampliação da lei dos hidrocarbonetos, ampliação da democracia com a criação de núcleos comunitários sistematizando os órgão de poder popular capazes de terem autonomia na gestão do recurso publico.
São bandeiras levantadas que não geram insegurança, pelo contrario dão sustentabilidade a este grande projeto socialista, espera-se que as frentes revolucionarias reflitam a respeito deste episódio e não percam tudo o que foi conquistado nestes últimos nove anos, Simon Bolívar deixa uma clara mensagem: ´´El arte de vencer se apriende em las derrotas``, a Revolução Continua.

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