terça-feira, 27 de outubro de 2009

Aos Teóricos de Plantão.


Pois bem, este artigo na verdade foi uma resposta diante de críticas infundadas que recebi enquanto era Presidente do Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da Unemat durante o período de 2008/09, onde no referido artigo, invocaram nomes de pessoas que realmente lutaram (que não foi o caso dos meus críticos), para cutucar onça com vara curta.

Pois Cutucaram

Como podem existem tantos Canalhocratas assim?

Meu Deus...!

Porra, percebi a riqueza que nossa faculdade possuía, mentes brilhantes, filósofos do pós-modernismo, que ao lerem meia dúzia de frases de célebres jurisfilósofos já se achavam no Direito de menosprezar o trabalho daqueles que dedicam a vida pela construção de uma universidade séria e competente.

É demais né, sabe aqueles que só sabem criticar e na hora de botar a mão na massa se acovardam? Preferem, segundo "Coração Blindado" dos Eng. do Hawaí: "Fácil falar, fazer previsões depois que aconteceu...sem ter que sujar as mãos, sem ter nada a perder, sem ter que pagar pelos erros que cometeu".


Eis a razão do artigo...


Aos teóricos de plantão!



A história do movimento estudantil brasileiro tem sido determinante nas principais conquistas sociais de nosso país, á começar pela campanha do Petróleo é nosso, organizada em 1952 no Primeiro Congresso Interamericano de Estudantes, demonstrando assim a capacidade de organização da entidade, além de ecoar Brasil á fora, que neste país existem pessoas corajosas e dispostas a Lutar , colocar realmente a mão na massa.
Foi o primeiro passo, corajoso passo que após o golpe de 1964 se transformou no último reduto de resistência contra o modelo ditatorial instalado neste país.
O ano de 1968 representou o momento decisivo e fundamental na história do movimento estudantil, a morte do estudante Edson Luís, a passeata dos 100 mil, e por fim ao A.I-5, suprimindo os direitos e garantias individuais do povo brasileiro, demonstrou que a Liberdade era algo a ser conquistada.
Em 1979, decretada a Anistia, o movimento estudantil começa a ser reativado de maneira explícita, os porões da ditadura não são mais locais de reuniões, a reestruturação da UNE elege um novo presidente.
Nas Diretas já, mais uma vez o coro da Juventude pulsa nos corações deste povo, “1,2,3,4,5 mil, queremos eleger o Presidente do Brasil”! DIRETAS JÀ! Ecoa pelos rincões deste Brasil a fora.
Em 1992, o movimento estudantil consagra os anos de luta em prol da construção democrática neste país, derruba-se um presidente, os “Caras-Pintadas” dizem um não á corrupção e o sim á democracia.
Sem sombra de dúvidas, de todo o exposto, o pós 1964 representou o período mais gritante do movimento estudantil, é neste momento que a juventude organizada, imbuída no espírito de liberdade foi á luta.
Muito pegaram em armas, foram para a guerrilha, organizaram passeatas, abandonaram seus lares, deixaram de lado seus projetos de vida em prol da construção de uma sociedade justa e Democrática, perderam suas vidas, seus camaradas, foram torturados...excomungados.
Mais felicitamos todos aqueles que realmente lutaram, colocaram á mão na massa, estes merecem todo o respeito de nossa sociedade, pois graças a CORAGEM e OUSADIA destes, gozamos da plena Liberdade.
No entanto, existiram jovens que se acovardaram, pois ao soar de uma sirene, ao sentirem o calor do embate, preferiram o aconchêgo de seus lares, corriam para as bibliotecas da vida, pois na hora da verdade, para quê mostrar a face? Mais fácil nesta hora priorizar o seu projeto de vida.
Mas, como desencargo da consciência, estes jovens adotaram a política do “falar, teorizar, críticar e nada fazer”! Posto que o compromisso com o discurso adotado, visualiza-se apenas para irradiar as suas vaidades, teóricos do mundo das idéias, quixotescos preguiçosos e covardes.
Fogem do combate, do debate, do enfrentamento, pois a covardia é tamanha que além de nada fazerem, quando é chegada á HORA decisiva, o momento oportuno da LUTA, “mais fácil falar do que fazer”.
Acredito fielmente, que todos aqueles que lutaram em verdade, foram pessoas PRÀTICAS, não se esconderam, ao contrário daqueles que não fazem e nunca fizeram nada, preferem distribuir as suas teorias a custa de meros elogios.
Portanto, transmitindo a realidade exposta para o nosso cotidiano, vejo que a história se repete, os teóricos balbuciantes, filhos da inércia, sempre prontos a criticar o trabalho alheio, estão de plantão, pois são os momentos gloriosos da COVARDIA, o clímax daqueles que não colocam a mão na massa, preferem mais uma vez isolar-se nas bibliotecas da vida.
Ora, os fujões sobreviveram, os alcagüetes posam de verdadeiros monumentos revolucionários, disseminando o discurso teórico e fecundando mundo a fora os filhotes do Blá, Blá crítico e não prático.
Vamos concentrar nossas forças em questões de extrema urgência, o congresso universitário esta por vir, é a hora do enfrentamento, do calor do Debate, é a HORA, e conclamo a todos os “Teóricos de Plantão” á deixar a morosidade de lado e realmente colocar em prática todo o arsenal ideológico aprendido em sala de aula ou fora dela, para construir a nossa Universidade digna de pesquisa, ensino e extensão.


“Chega de Lassale, mais Ação”....!


Diogo P. Botelho
Presidente do CADRS
Diretor Geral do DCE




2 comentários:

Anônimo disse...

Seu texto me fez lembrar uma frase do grande Darcy Ribeiro. Em entrevista ao programa Roda Viva. Questionado sobre o que ele ele achava dos intelectuais do Brasil, Darcy disse:
- Eu quero que os intelectuais do Brasil, vão à puta que pariu... Nunca estiveram nem ai para os problemas que o país sofre...

Isso reflete a mais pura verdade. Nossos teóricos estão alheios a tudo e pensar resolver todos os problemas sociais do auto de sua torre de marfim...


Esse vídeo está disponível no
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Muito bom o texto...

Luiz Otávio Ribas disse...

Olá Diogo!
Muito boa retrospectiva do movimento estudantil brasileiro.
Com certeza os fatos que tu citou contribuíram muito para a nossa "liberdade" de hoje. Tenho me perguntado o quanto somos livres, mas isto é outra história. No sentido que tu se refere, somos mesmo.
Te convido a conhecer esta nova onda do movimento estudantil do direito, a assessoria universitária, principalmente por meio da RENAJU.
Acompanha no nosso blogue as notícias!
Abraço